[Parceria] Sekai Shinobi Legends

Tanto tempo no escuro fazia uma pessoa cegar os olhos diante da luz — Que desagradável — Orochimaru usava seu braço sobre os olhos, com a intensão de diminuir a ardência. Os portões de Konoha eram logo ali, tão próximos que a sombra cobria suas canelas. Em pouco tempo de caminhada, o homem com peculiaridades de serpente ficou diante dos guardas, que com uma nova forma de governo, tentaram o impedir de passar — Quem vem lá? — Perguntou aquele guarda novato — Estou aqui para falar com o representante de vocês, nada de mais — Apontando a lança em direção ao pescoço daquele pálido rapaz, o guarda acabou se exaltando — Quem você pensa que é pra querer ver o senhor Tatsuya-Sama? Hmmm — Tocou a ponta daquela arma naquela pele inteiramente branca, que com uma pontiaguda lâmina, fez um vermelho escorrer vagarosamente. Uma risada assustadora tomou conta daquele momento, tão assustadora que vinha do próprio ferido — O que é tão engraçado? — Indagou uma última vez, antes que o arregalar dos olhos de Orochimaru fizesse todos em um raio imensurável desmaiarem. Ajustando seu chapéu e limpando a mancha de sangue em seu pescoço, aquele homem adentrava a vila sem ninguém para intervir.

A visão da torre do Hokage era esplendida. Poderia não dar visão de toda a vila em detalhes, mas de fato, era uma obra prima. Admirando sempre o lugar que governava, Tatsuya costumava ficar de costas pra porta, assim, poderia trabalhar e esvair as negatividades do trabalho em sua mente. Toc toc; se fez o barulho na porta — Entre! — Comandou o líder — Com licença, Hokage-Sama — Adentrou Orochimaru à sala — Gostaria de ter uma conversa particular — Disse enquanto retirava seu chapéu vagarosamente — WoW. O que um dos antigos Sannin Lendários iria querer com minha pessoa? — Proferiu um sarcasmo infantil — Sua vida — O silêncio tomou conta da sala, afinal, pós palavras, ambos se movimentaram tão rápido que saíram dali.

Novamente aqueles garotos quebraram o pé da minha mesa de frutas. Malditos garotos, um dia pego vocês! — Mamoto, um velho e antigo dono de quitanda em Konoha. Ele vivia sobre as artimanhas das crianças que o zombavam, mas mal sabia ele, que os autores daquelas marcas não eram as crianças, afinal, elas não seriam capazes de destruir tantas caixas d'água, uma carroça de madeiras e infinitos telhados. Ao lado sudoeste da vila, perto de um dos pequenos portões de passagem de mercadorias, lá estava, Tatsuya encurralado e inteiramente ferido. Suas vestes estavam tão danificas que se apresentava praticamente nu, mas, o sangue era a censura que o impedia da vergonha — Porque está fazendo isso? Era pra você proteger essa nação! — Ofegante, porém em fúria, o líder da vila só tinha isso a dizer — É isso que estou fazendo! — Afirmou sem temor. Descontente com o que ele disse, antes mesmo de conseguir perguntar, logo foi interrompido — Sua presença nesse lugar impede que os verdadeiros heróis surjam. Estou protegendo essa nação acabando com a doença que você espalhou por aqui — De dentes serrados, sobrancelhas franzidas e suor frio, as informações não se encaixavam em sua cabeça — DESGRAÇ... — Um corte tão rápido e perfeito, deixou a cabeça de Tatsuya rolando no chão; em instantes, Orochimaru não estava lá.

O céu estava completamente laranjado, apontando a chegada do crepúsculo — Cumpra sua missão até que eu retorne — Dialogou com um homem alto e de cabelos brancos, aquele que em sua feição, era similar a uma serpente como Orochimaru. Ao longe, o atual representante de Konoha - mesmo que temporário - via seu progenitor seguir pelo horizonte para garantir o destino das nações.

Em meio aquela imensidão esbranquiçada, uma silhueta distorcida pela longa distância estava se formando, com a proximidade se revelava Orochimaru. Olhos por fora não viam aquele homem, como ele também não via nada a sua frente, apenas o que o guiava era o solo, visto que era a única coisa nítida. Seriam poucos minutos de caminhada, já que as horas de navegação se passaram — Hm? — Salientou-se em questão. Um ponto específico daquela perdição se dissipava. Uma pequena entrada separada por medianos portões de pedra estavam ali, as mesmas divisões do 'fora pra dentro' — Orochimaru da Folha, o que está por fazer? — Perguntaram um grupo de cinco caçadores ANBU que cercavam o homem — Tenho assuntos a tratar com Leon. Sei que ele é quem governa — Desinformado, e por causa disso, os outros ninjas caíram em gargalhada — Peço desculpas por nossa falta de respeito, mas por favor, sinta-se em casa! — Os portões de pedra começaram a se abrir. Um forte barulho incomodo e as marcas no chão mostravam o peso imensurável.

A guerra havia destruído inteiramente. A socialidade do local, apenas guerra existia. Apesar de ser frio, Orochimaru sentia-se como em um lugar inteiramente vazio, se notava ao longe que os corações daqueles homens que o acompanhavam já não eram calorosos — Almas perdidas — Em sua mente estampou-se. Era um curto período de caminhada até que os verdadeiros portões da vila se avistavam, e lá, haviam alguns ninjas saindo em missão. Enquanto a proximidade estava se tornando nula, até que, obviamente, os dois se cruzaram, a certeza de que os ninjas da névoa haviam se tornado demônios sem alma era concretizada — Não iremos te acompanhar. Siga adiante, Orochimaru! — Indagou com um tom de comando, como se fossem capazes de ordenar - sem pensar nas consequências.

Diante da porta que levaria a torre, um calafrio cobriu seu corpo — Esse lugar é como um manicômio — Serrou suas sobrancelhas. O núcleo da guerra estava ali, a hora de combater de verdade poderia chegar. O interior da torre era gelado, aparentava que o lugar estivesse de portas fechas há semanas. As escadas, estreitas e ranhosas, mostravam a carência de visitantes naquele lugar. Diferente do gabinete do Hokage, aquele haviam duas portas — O que lhe traz aqui, Sannin? — Com a mão levantada prestes a bater-na, o homem serpente se surpreendeu. Foi então que a porta se abriu, sozinha, mostrando outra pessoa apoiada na mesa — Tenho assuntos a tratar com Leon. Aonde ele está? — Em meio a risadas, aquele homem misterioso foi até a parte frontal da mesa, onde em uma de suas grandes gavetas, foi capaz de retirar um antigo chapéu de Kage — Consegue entender essa marca de sangue? Será o mesmo que acontecerá com você! — Uma risada abafada, que logo, se tornou uma gargalhada que ecoava dos corredores até as ruas mais próximas da vila — As crianças de hoje em dia não sabem se comportar perante uma lenda — Quando as palavras foram proferidas, os olhos daquele misterioso homem se tornaram rubros, tão vermelhos quanto a cor de uma rubi — Minha vida inteira me dediquei a estudar e conquistar um desses olhos, acho que minha recompensa estão logo adiante. — Com últimas palavras eram ditas, antes que uma serpentes saltasse de sua boca em direção ao homem. Uma nova batalha estava por vir.

Alguns caçadores da ANBU, três dos que antes eram cinco, vieram para acudir seu líder — Hercan-Sama, está tudo bem? — Virando-se em direção aos seus companheiros, aquele homem os fintou — Acham mesmo que eu perderia para um lixo como esse? — Jogou o corpo daquele homem, cujo se denominava lendário. O corpo caia mole, fraco e desgastado — Como esperado de nosso líder — Hercan retrucou com uma feição horripilante — Agora retirem todos os soldados da fronteira e os chamem até aqui. Preciso reunir o maior número de soldados possíveis, para que assim, a verdadeira guerra comece! — Com um grito que funcionava como um sinal de afirmação, os mascarados desapareciam.

Na mesma estrada onde tudo começou, outra silhueta estava se formando, porém, para uma direção diferenciada. Um homem com um sobretudo negro estava a caminhar — Prossiga com o plano, e principalmente, cuide desse presente que recebi por meus bons feitos, afinal, ser herói não é tão ruim — Uma gargalhada macabra se ouvia naquele estrada, mostrando assim, que Orochimaru estava vivo. Usando apenas táticas básicas, Suigetsu, um de seus subordinados e antigo membro de Kiri, conseguiu entrar facilmente e deixar Hercan inconsciente, assim, tomando sua forma e transformando o de Hercan em Orochimaru. A confiança que seus soldados tinham, facilitou que a crença de sua vitória fosse garantida, porém, confiança demais geram derrotas.

O tempo se passava mais veloz que a própria brisa. Liu estava voltando de uma missão bem sucedida nas fronteiras do próprio País, mas ao chegar ao topo, no gabinete, se depara com um homem de cabelos esbranquiçados no local — Presumo que seja Liu, correto? — Questionou sentado sobre a mesa — Quem pensa que é, verme? — Com olhos rubros tanto quanto o próprio sangue, o ódio já transbordava sem saber o que tinha acontecido — Tenho uma mensa... — Uma sessão de armas pontiagudas foram lançadas sobre aquele albino, mas por incrível que parecesse, as armas ultrapassavam sua pele e varavam pela parte de trás do corpo. Aquele homem ali parado parecia inalvejavel — Pare de perder seu tempo — Aquelas palavras deixavam a Uchiha em fúria, com uma insanidade tão elevada que a fez ativar sua maior evolução sanguínea — Oh, ela usou mesmo — Indagou o homem de cabelo branco. Tirando de sua bolsa ninja um pequeno espelho, logo, foi apontado diante daqueles olhos transformados. Marcas por toda sala surgiram e se mostrou um selamento. Minutos depois, dentro do espelho, os olhos estavam guardados como se tivessem sido roubados — Um Uchiha sem Sharingan também seria considerado um prodígio? — Pós seu dito, Liu caiu de joelhos no chãos.

Meu nome é Suigetsu! — Fora revelada sua identidade — Sou um subordinado de Orochimaru. Estou aqui porque tenho um recado pra você, Liu — Caminhando até a janela mais próxima e se colocando a olhar pra vila, seu veredito prosseguiu — Orochimaru quer que você eleja um novo membro para o cargo de Mizukage. Hercan está preso e se manterá até segunda ordem, visto que ele não seguiria nossas ordens. Iremos devolver a capacidade de uso do Sharingan em breve, porém, até que se mostre digna de nossa confiança, você ficará com seus meros olhos mortais e sem capacidade abnormal — Abria a janela lentamente — Não queremos que abandone o fardo da névoa sangrenta, mas que o use para um feito honroso e valioso. Junte os melhores e comece sua caça ao Kaguya — Com o último ecoar de sua voz, Suigetsu abandonou Liu sozinha na sala para refletir sobre o futuro.