Cemitério

Um certa tristeza faz sua morada nesse ar, a mesma brisa leve que acaricia suave meus fios de cabelo que recaem sobre minha face, chora em meus ouvidos a dor, em sussurro, sobre as lágrimas daqueles que ficam. Não me sinto confortável aqui, não que me envolva intimante o local, minha amada figura paterna, falecida, jaz enterrada no cemitério de Kirigakure bem distante de onde me encontro agora. Nem mesmo eu, altiva e arteira como era, percorria essa extensão singular simétrica que existe aqui durante minhas peripécias.

Não é lugar para isso, certo Zow zow?

Novamente pego-me com minhas armas em silêncio, não porventura, estarem se distanciando de mim, permanecem em luto junto de minha alma por aqueles que se foram. Caminho até um certo túmulo, um nome conhecido entre os demais, um que admiro e motivou-me algumas vezes durante minha caminha ninja. Yugito Nii, está escrito na pedra, não sei ao certo como ela era, mas imagino-a bela e voraz em suas batalhas desde bem pequena quando minha mãe a citava em suas histórias.

Um dia vou ser como você, símbolo de força e coragem Yugito... descanse em paz

Toco um pouco sua lápide, antes de sentir uma estranha presença, menos como um vulto e mais como um vento que assopra por detrás de mim. Um mal presságio talvez, mas minhas apostas recaem sobre um truque bem feito. Toco novamente aquela estrutura de pedra que marca as memórias de minha admirada, esboçando certa ternura em meu semblante e respirando tranquila, secretamente, esperando um novo agir de minha companhia desrespeitosa.

Um novo vento flui, permaneço ali, ou a brincadeira fica mais intensa ou perde a graça quando se ignora um pregador de peças, assim, mantenho minhas apostas na primeira ação. Finalmente, a aparição esbranquiçada se mostra presente, não uma pessoa e sim pétalas sobre o vento forte realmente provocam uma sensação de expulsão do local, um canção fúnebre acompanha a marcha floral em som uivo do vento que transcorre o cemitério.

Não temo a morte, como poderia temer os mortos? Me levanto guiando meus olhos atentos a origem da trabalhosa e engenhosa demonstração fantasmagórica. Passos serenos, leves e sutis me levam até o local situado por detrás de uma parede local. Silenciosos passos, os que antecedem o deslizar frio da Tanto a minha cintura. Calmamente faço a curva do local de onde vinha o vento, um ambiente fechado onde uma criança se esconderia, um local fechado de onde criança não fugiria. Estando a margem da curvatura na parede, a pequena doca do garoto fantasma, suaves toques de Zow zow e Foursides propagam um tilintar fino e suave a cada segundo, eu já podia vê-lo ao fundo e ele a mim, parecia querer dizer algo, mas, suas palavras se calavam ao sinal de cada toque.

- Cling... cling.... cling...

Um sorriso sádico surgia em minha face, o som se tornava cada vez mais constante, se iniciava um passo lento e seguia outro mais rápido. O som cessava, apenas encará-lo em sua face e estralar minha língua para o garoto olhando em seus olhos, tsc, tsc, um instante separou o som da figura de minha lâmina cravada na parede ao seu lado. Alguns fios de seu cabelo caiam transpassados pelo metal, minha face estaria bem próxima a sua, sua respiração ofegante não me incomodava, me exaltava, seu pânico era meu dever de dar-lhe uma lição sendo cumprida.

Antes que a segunda lágrima de pânico escorresse, sendo a primeira motivo de minhas diversão a parte, abro com a mão livre o pergaminho enquanto devolva Zow zow ao seu descanso. Uma nota mais estava acrescida, na próxima vez que lhe vir aqui, não errarei. O garoto saía correndo por mim, respirando fundo me acalmo, preencho o relatório e retorno.

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