[RESIDÊNCIA] Yotsuki Keiko

Feita de pedras sobre a encosta gramada de uma das montanhas locais, a residência pertencente a Yotsuki Sakura - mãe de Keiko - tem quatro cartos, uma sala de estar, cozinha, um grande banheiro e uma modesta sala de treinos sendos os quartos no segundo piso e os demais cômodos no primeiro.

As duas escolheram a casa afastada pelo seu desligamento direto com o clã após engravidar durante a guerra, e apesar de ser grande de mais para as duas elas conseguem manter um convívio saudável no local.

Existe algumas flores, um jardim na casa e um lago nas proximidades.

Após um longo e cansativo dia chegava a minha casa, estive pela manhã no hospital em um pequeno treino e em uma missão a seguir, entretanto meu corpo ainda possuía energia e tudo que eu precisava era gastar esta reserva para descansar bem naquela noite.

Por entre os corredores da casa, caminho calmamente lendo o pergaminho sobre minha nova técnica que buscarei aprender. Comprei-a e mal posso esperar para colocá-la em prática. Assim, chego ao dojo obstinada a dominá-la ainda neste treino, o local possui algun Mook Jongs, pesos e katanas de madeira para praticar que me serão úteis. Na parede em um quadro o símbolo yotsuki está em destaque, não é uma grande sala, o oposto, aqui no máximo três pessoas treinariam confortavelmente.

Me aproximo de um dos Mook Jongs móveis, o qual será meu parceiro de treino por hoje. Preciso realizar um golpe rápido e potente capaz de imobilizar um alvo, na teoria sei o que devo fazer e sou totalmente capaz de notar quando uma ação desta estirpe realmente ocorre e permanecerei até que alcance tal proporção de eficiência da técnica. Me aqueço em alguns golpes rápidos e sutis no boneco de trem, golpeando com a palma de meu punho suas hastes fazendo-o girar. Cada vez mais rápida e fluída e me movimento intensamente bloqueando e empurrando cada uma das hastes.

Me sinto pronta para tentar.

Bloqueio o movimento do eixo, parando uma das hastes inferiores com os pés para tentar a execução da técnica. O golpe comumente é aplicado sem a expectativa do alvo que este vá ser atingido, de forma que não é necessário que este permaneça em movimento sugerindo uma batalha - pelo menos por hora. De um estado de repouso confortável, rapidamente realizo um golpe ágil de baixo para cima com meu punho esquerdo aberto, no que seria em uma pessoa real o espaço livre entre as duas porções de ossos da caixa torácica, conhecida popularmente como boca do estomago. Continua em mais algumas tentativas buscando aperfeiçoar não somente a potência como o efeito surpresa da técnica, sinto o golpe mais natural em minha investida, mais ensaiado e metódico do que o prévio esforço que tinha realizar em cada investida.

Um estrondo se espalha pela residência em cada golpe enfatizando a força aplicada, sendo rápida e imperceptível minha investida para realizá-lo em alvos dispersos me deixando bastante satisfeita com o resultado, entretanto, ainda é possível elevar a dificuldade um pouco mais. Assim como antes o parei, chuto com a parte superior de meu pé esquerdo umas das haste inferiores do objeto para que este se movimente. Preciso ter certeza que consigo utilizá-la mesmo em uma batalha acontecendo e treinarei dessa forma para aperfeiçoá-la. Atentamente observo o balanço das pontas de madeira avançando somente quando me sentia confortável para tal, afinal, por sor uma técnica focada em avançar de forma rápida fazê-lo imprudentemente poderia virar as coisas me jogando direto em algum golpe sendo executado -  ou no caso, em uma das hastes.

Algumas horas que permaneço ali, e a empolgação se transforma em técnica e aos poucos domina-a. Certamente todo esse treino de explosão era o que precisava para um boa noite de sono,o que irei fazer agora.

pergaminhos transportados:

Hp:200/Stm:200/Ckr:600

equipamentos:

Sakura falando, mãe solteira, exilada do clã e uma ninja menor na aldeia. Meu único grande amor eu perdi na guerra, entre as baixas necessárias pela vitória estava aquele que mais importava pra mim até ali. É duro ouvir que foi um mal necessário, mais duro, o exílio por portar um filho bastardo que sofri. Sem dúvidas muitas razões para choramingar ou me abater, de fato não foi fácil.

Ensinei minha garotinha a andar, e ela me ensinou a dar passos novamente. Fiz cócegas nela para tirar-lhe o sorriso mais lindo, e quem me fez sorrir foi ela. Ela me deu o silêncio, para que as palavras saíssem como uma cachoeira sem fim. Lembro de um dia, um qualquer como outro dia comum, minha garotinha pulava de cima da cama para uma cômoda que estava ali por perto, pegando na mão uma de minhas recordações de Aoshiruba, Aoshiru como eu o chamava. Não era nada muito grandioso, apenas uma foto que peguei entre as suas antes que ele percebesse para que guardasse comigo.

Cuidado para não cair minha filha.

Era impossível não notar a semelhança entre os dois, o brilho roseado em seus olhos cintilantes e o ímpeto mostrado desde recém nascida. Sem dúvidas o amei, ainda amo e este amor se demonstra ainda mais vivo em nossa filha. Você não desfruta comigo desta maravilhosa pequena, mas deixou pra mim o alento na solidão de te perder.

É uma ótima filha, Aoshiru.. seja onde esteja.

Ao falando, outro dia em que as trovoadas se misturam com o som das explosões. A chuva sempre constante por aqui desce, como um pedido de paz, um grito de socorro e trégua. A chuva sempre foi meu porto seguro, como uma amiga de um desejo comum. A mesma chuva que me deu minha maior alegria em vida, passos calmos com as gotas caindo em minha face interrompidos por uma dama em meio a tempestade que me puxava para um local seco.

- Vai acabar ficando doente... ela dizia

A verdade é que pouco ouvi depois disso, horas de conversas intermináveis e sorrisos e mal consigo tirar a imagem daqueles olhos intensos. Sempre fui galante, talvez um pouco galinha e mesmo assim aquela sensação me era estranha. Encontro atrás de encontro, o interesse aumentava até que o raio se misturou a água e as fagulhas ascenderam fogo sob a chuva.

Nosso amor queimou como um pavio curto, interrompido pelo vento forte da guerra... certamente adoraria desfrutar mais de sua companhia e conviver de fato com ela. Vilas separada não nos separariam, nos casamos em espirito e a morte nos separou. Meu coração trepida ao pensar que nunca mais ouvirei alguém me chamando de Aoshiro, espero que meus últimos pensamentos a alcancem.

Estarei sempre cuidando de você...